Todo mundo da ALEX gostava do Antonio Padua. Ele tinha um senso de humor só dele mesmo. A última partida que jogamos eu perdi de sua Siciliana Dragão. Para onde ele foi, um dia todo mundo também vai, então a gente ainda vai jogar aquela revanche!
No coração alexano, Antonio Padua continua vivo e jogando Xadrez!
Seguem as fotos dele que publicamos no site, das mais recentes para as mais antigas.
Antonio Pádua…. Perda dolorida para todos que o conheceram.
Lembro-me de nossa 1a. partida pensada… Foi num torneio da FEXERJ e ele de brancas chegou a ficar melhor. Empatamos.
Lembro-me de nossa última partida… foi num Trovão(torneio Blitz) na ALEX este ano no qual ele pendurou uma peça de brancas e abandonou no ato, mas não lembrava qual… Fui pesquisar no site do clube e localizei. Trovão de 14 abril! Há seis meses atrás! Como o tempo passa rápido!!
Em seguida, ele se inscreveu no Interno da ALEX de maio, mas só jogou as quatro primeiras partidas, das seis previstas, e desde então, que eu me lembre, ele nunca mais voltou a jogar xadrez no clube, sinais da doença que o afligia. Luta silenciosa que travou até o fim.
Chegou a inscrever-se num IRT deste ano (o primeiro deles) mas teve problemas de saúde na véspera do torneio começar e teve de abandonar sem jogar partida. Preocupado, ligou-me ainda do hospital pedindo desculpas por ter perdido a 1a. por WO sem avisar. Se cuida! Foi o único comentário que fiz. Torcendo para que ele superasse a diabetes renitente e destrutiva que o afligia.
Além da pessoa ímpar em nosso ambiente de xadrez, com um jogo firme e de boa preparação, sempre com uma tirada especial, uma referência a alguma partida clássica, ou alguma historia sobre seu clube em Sorocaba e uma educação ímpar.
Muito me ajudou nos aconselhamentos jurídicos sobre as dificuldades na FEXERJ quando fui presidente, e a própria ALEX em questões de impostos e tributos municipais. Sempre firme e com amplo conhecimento jurídico, nos ensinou e ajudou muito! Sua assertividade era única.
Detalhe que poucos sabem… Na retomada dos IRTs na ALEX há uns dois anos (depois do belo ciclo de IRTs/ITTs na gestão do Blanco), Pádua foi um grande incentivador e até obteve um patrocínio que viabilizou a cobertura dos custos fixos do evento, sem querer de forma alguma que tal atitude fosse divulgada. Queria simplesmente ajudar o clube, a gestão do Álvaro e a mim nessa retomada, pelo amor ao xadrez que nos unia (e ainda une!). Fica aqui o registro.
E, aí que fica ainda mais dolorida a nossa perda, eu tive o privilégio de poder conhecer um pouco de seu lado profissional fora do ambiente de xadrez, pois pude conversar com ele sobre projetos futuros de parceria em negócios. Visitei-o em seu escritório perto do consulado norteamericano, onde além de um espaço para xadrez (sempre presente! Com livros excelentes e um ótimo tabuleiro ao seu lado!) Pádua vibrava com muitas ideias em andamento, ações de negócios muito interessantes, tudo por fazer e conquistar, e de repente ele se vai assim, de forma tão repentina.
Cheguei a ligar para seus telefones há umas duas semanas, pois queria seguir na evolução das propostas comuns que tínhamos alinhavado… Tentei algumas vezes e nada dele atender…. Bateu-me uma preocupação com sua saúde, mas nada podia fazer a não ser torcer por ele.
Reparei também que seus posts sobre xadrez no facebook da ALEX (um lenitivo final que ele teve em vida) não mais aconteciam… outro duro sinal. Fui lá pesquisar e vi que o último post dele foi em 9 de setembro… vale ir lá ver. Uma foto de astronautas jogando xadrez!
E neste sábado 8/10/16 ele se foi…. Para outra dimensão onde as dores físicas deixam de existir.
Que sua energia sempre positiva permeie eternamente onde sua alma e espírito estiverem.
Até mais Pádua!
Uma grande e justa homenagem!!!
Uma excelente pessoa, que deixará aos companheiros, colegas e amigos, eternos agradecimentos
pelos momentos compartilhados.
Sempre muito tranquilo, e amigo de todos.
Gostava muito de jogar xadrez, e encarava até de forma profissional, seus desafios.
Nunca o vi criticando ninguém.
Uma perda para o mundo enxadrístico! Uma perda para o Alex! Uma perda para todos!
Mascarenhas,
obrigado por compartilhar suas memórias relacionadas ao nosso colega. Um homem que já faz falta ao nosso convívio e fará aos tabuleiros brasileiros. Todas as homenagens a ele serão justas.
Paz a ele. Consolo à família. Que viva em nossas lembranças.
Vejo nas palavras de todos que de fato o Antonio Pádua foi alguém muito especial.
Pena não te-lo conhecido para poder dividir também lembranças de momentos como as narradas pelo amigo Mascarenhas.
Que ele descanse em paz no reino dos céus e sua família possa seguir a vida com felicidade e harmonia, que tenho certeza é o seu desejo.
Nunca joguei contra ele,mas sempre ficava atento aos seus comentários,sempre centrados. Aqui perdemos um amigo,que com seu humos inglês,sempre deixava uma mensagem.Siga,amigo,sua marcha evolutiva,e que nos inspire,de onde estiveres!!
Jorge Silveira
Em memória do companheiro especial:
“A Morte Chega Cedo”
“A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou…”
Fernando Pessoa
Ponderado, competente, confiável,fina educação e senso de humor foi a primeira impressão que tive na primeira vez que o vi,de paletó e gravata na ALEX, antes do primeiro torneio que eu ia jogar. Percebi que era um forte jogador, e profundo conhecedor dos regulamentos, cortês na argumentacao e na troca de idéias. Infelizmente, foi curto o tempo que o conheci, e vejo que a primeira impressão que tive dele foi bastante modesta, pois, sem dúvida, tinha muitas mais qualidades. Conversamos a respeito de seu pé inflamado e jamais pensei neste triste desfecho. Levianamente, julguei que sua ausência fosse apenas por causa do desconforto, mas que, em breve, apesar da diabetes, iria pronto se recuperar. Por isso fiquei chocado quando entrei no G Mail logo após a postagem do Mascarenhas. Não entendi. Não quis acreditar. Depois vi os e-mails que confirmavam. Queria prestar minhas condolências à família, mas faltavam-me as palavras. Somente agora consegui fazer o esforço de juntar me aos demais Alexanospara prestar uma homenagem àquele de quem eu gostaria de ser amigo, pelo resto do meu tempo. Até breve, Pádua. Onde estiver, vá preparando o tabuleiro.
Prezados,
Apesar de nossas diferenças no campo politico, onde sempre discordávamos civilizadamente, sempre nos tratamos cordialmente e depois até evitamos abordar assuntos dessa natureza. Eu sempre perguntava pela saúde dele, que me dizia que estava se cuidando. Lembro que num IRT na ALEX jogando contra ele, numa difícil partida, ressalte-se que ele era um estudioso dos conceitos enxadrísticos, eu me encontrava melhor e estava há um lance do desfecho a meu favor, depois de uns 15 minutos pensando, calmamente e extremamente concentrado, ele descobriu uma sequencia de lances que eu não acreditei, tirou do “fundo da cartola”. Claro que perdi. Fiquei uns 2 meses me lamentando com ele. Ele me dizia que: em xadrez a gente nunca perde, ou se ganha ou se aprende. Então companheiros alexanos, esta é uma justa homenagem. Que Deus o tenha.
Tive contato pela primeira vez com o Antônio em um torneio no CXG. Considerei-o desde então uma pessoa especial tanto profissionalmente como na relação amigável com todos. Sua dedicação e amor pelo Xadrez fizeram-no uma referência para todos nós que compartilhamos dessa paixão. Sua ausência será sentida por muito tempo, mas de onde estiver estará sempre “analisando as posições que que se apresentarem nos tabuleiros da vida por aqui”.
Descanse em paz amigo!
Olá..Eu fiquei muito triste com essa notícia!E resolvi compartilhar um poema de minha autoria”Consolo”
Consolo
Gostaria que me emprestasse um pouco de sua juventude
Na quele momento de concretude,
O cheiro do dia lá fora
Captava o ímpeto na totalidade do que sou
Deveria haver algum consolo
Alguma emergência cálida para nossas ilusões
Construir com elas algo além
Qualquer coisa que não seja amparo
Procurando abrigo
A nossa pavimentação
Nos faz ser um ser
Que se orienta no renascer
E se enleva com o transformar
Há transformação
Mesmo nas formas mais insistentes
De estagnação
Há morte silenciosa de si
Quando alguém morre
Porque sozinho nada comove
Nem mobiliza
Porque só há si quando há alguém
E não há representabilidade
Para o vazio
O não saber doí mais que o saber
E dói não saber sobre ambos
Não se sabe da dor, nem do amor
Nem da flor
Somos isso tudo.
Somos um jogo de xadrez
Onde o tempo é sábio
Onde o consolo cabe em cada um
E é a obra de tudo
Tive a oportunidade de conhece-lo, grande pessoa, extremamente educado e a par das questões política e sociais de nosso país. Não sabia de sua situação pessoal. Porém posso dizer que aprendi com ele como ser humano e enxadrista, pois sabemos o quanto ele era forte nos tabuleiros também. Que Deus possa confortar seus familiares neste momento difícil.
Para aqueles que consideram inexistente verdadeiros alexanos, qual não deve ter sido a surpresa que o Pádua deu ao presentear a ALEX deixando sua biblioteca enxadrística como legado.
Nos anos mais duros, quando a sobrevivência do clube era uma luta diuturna, lá estava o Antônio a doar seu tempo para jogar os torneios internos.
Nas conversas para decidir os melhores movimentos futuros sobre como o clube deveria prosseguir, lá estava o Antônio Pádua para se permitir opinar livremente.
E nós momentos mais tensos que a ALEX se insurgiu contra o status quo, o enxadrista Antônio Pádua se perfilava apontando saídas.
Agora, em outro plano, que siga xadrezando!!
Pena sua ausência nesse momento que o ambiente volta a ficar turbado, de um lado, por decisões unilaterais irreponsáveis, e, de outro, ressurgem vilanias que considerávamos superadas.
Valeu Antônio!
Belíssima e merecida homenagem ao amigo Antonio Pádua.
Tive o privilégio de conhecê-lo. Era uma grande pessoa, dentro e fora do tabuleiro.
Fiquei chocado com a morte tão prematura.
Fica aqui também, as minhas sinceras homenagens.
Descanse em paz amigo !