Pessoal,
na noite de 21/05/2019, pouco antes do início de mais uma rodada do III Memorial André Sartori, tivemos o prazer e a honra de homenagearmos pessoas históricas e únicas em nosso clube!
Por ações diretas dessas pessoas que a ALEX continua a existir hoje, após quase 45 anos de existência!
Para os mais novos no clube, relembro um pouco de nossa história.
A ALEX foi fundada em 28/12/1974 a partir de um grupo de enxadristas dissidente do Olaria Atlético Clube, na sua maioria composto de jovens, e sua primeira localização foi numa escola em Olaria, a Escola Motta Filho (Tio Donald), de propriedade dos pais de um de seus fundadores, Hélio da Motta Filho, localizada na Rua Noêmia Nunes 441, Olaria, Rio de Janeiro, bem perto do cruzamento em Olaria conhecido como “Cinco Bocas”, por apresentar cinco trechos de ruas convergindo nele.
O clube começou com duas mesas de xadrez que eram montadas na sala de professores da escola, nos fins de semana ou à noite. Meses após, o mobiliário e infraestrutura de xadrez foram ampliados e passamos a ocupar um terraço mais amplo e coberto, nos fundos da escola.
Posteriormente o clube mudou-se para uma casa próxima, numa vila de casas bem ao lado e ao fundo dessa mesma escola, e também de propriedade dos pais desse sócio, sr. Hélio da Motta e sra. Oswaldina (Dina) Rodrigues da Motta. O endereço exato desse imóvel era Rua Noêmia Nunes 445, casa 2, apartamento 201, Olaria, Rio de Janeiro.
Vale lembrar que a sra. Oswaldina foi nossa 1a. mecenas, doando CR$ 600 para a 1a. compra de material de xadrez!
A fins de 2001/início de 2002, e havendo pouca frequência na sede em Olaria e também a necessidade de devolução do imóvel à família Motta, dirigentes do clube na época fizeram um esforço para a mudança da sede para o centro do Rio, e com gastos pessoais de dois deles (Carlos Henrique Batista Fontes e Antonio Elias da Silva) e após algumas buscas, a nova sede foi adquirida em 17 de setembro de 2002 e inaugurada no Trovão de 28 de dezembro de 2002, onde permanecemos até hoje!
Em síntese, sem o direto empenho de Hélio Motta Filho e seus pais, do Carlos Henrique Batista Fontes e do Antonio Elias da Silva, a chance da ALEX ainda existir hoje seria mínima, para não dizer impossível. A eles nosso agradecimento e sincero reconhecimento!
E assim, a diretoria atual propôs na última Assembleia Geral do clube a concessão de diplomas de Benemérito a eles, ação aprovada com louvor na AG e homologada estatutariamente por nosso Conselho Deliberativo. O sr. Hélio Motta já havia recebido esse título no passado, mas nós não sabíamos se o respectivo diploma havia sido entregue. Fizemos portanto quatro diplomas para esta celebração!
E as fotos a seguir retratam esses momentos marcantes e singelos, onde apenas o Carlos Fontes ficou impossibilitado de comparecer.
Na primeira foto, vemos o Hélio da Motta Filho iniciando uma partida de brancas com o Antonio Elias da Silva, pois aguardávamos mais sócios chegarem para a entrega dos diplomas. Reparem que o Hélio já usava, feliz da vida, os simples presentes recebidos! Nossa camisa e boné, além de ter gostado bastante da caneca da ALEX com o cavalo! Elias, mais comedido, acomodou seus presentes para mais tarde usar.
E o Hélio seguiu relembrando seu bom jogo! Ele foi de nível técnico classe A quando disputava torneios da Federação! Abaixo, mais uma de suas Ruy Lopez com o também veterano sócio Estellito Rangel Jr.
Fizemos então a entrega dos diplomas!
E um fato marcante e simbólico de nossa continuidade enquanto grupo de apaixonados por xadrez e como clube, e que ainda vou tentar colocar fotos aqui, foi que a entrega dos diplomas do Hélio e do Elias foram feitas por dois dos nossos mais jovens sócios, o Guilherme Lopes e o Daniel Eidelman!
Na foto a seguir, os dois agraciados, cortejados por outros “dinossauros” Alexanos da década de 70! Eu estou segurando o diploma do Fontes…
Vejam abaixo, como os diplomas ficaram bonitos! Esqueci de escaneá-los com as assinaturas…desculpem-me!
Hélio da Motta, clique aqui!
Hélio da Motta Filho, clique aqui!
Antonio Elias da Silva, clique aqui!
Carlos Henrique Batista Fontes, clique aqui!
E, após as devidas celebrações, discursos e aplausos, começou a rodada do III Memorial André Sartori, e o grupo da antiga foi conversar no corredor… quanto por lembrar!
E por falar em sonhos, nada como uma boa partida de xadrez entre amigos de décadas!
O sorriso e amizade deles nesta foto me emocionaram….e justificam cada esforço feito pela continuidade crescente e perene desse nosso sonho chamado ALEX!
E vejam mais fotos antigas nesse nosso link… clicar aqui! Muita coia aconteceu desde então.
Muita história…
Nada acontece pro acaso!!
Alberto Mascarenhas
Parabéns a todos os envolvidos na homenagem.
Foi muito bom para mim comparecer à ALEX e usufruir, por umas poucas horas, do ambiente alexano. Infelizmente minhas atividades profissionais e familiares tornam muito difícil participar da ALEX como fazia nos idos tempos de Olaria mas continuo acompanhando-a pela internet e em contato com outros alexanos.
A transferência da ALEX para o centro foi uma decisão difícil mas a outra opção era encerrar as atividades acabando com um projeto que foi único no Rio. No início, quando fundamos a associação, havia grande descrença na comunidade enxadrística carioca de que pudesse dar certo. Éramos vistos como sonhadores, excêntricos, malucos. Estavam certos, éramos sonhadores, excêntricos e malucos mas os realistas, normais e sãos, em sua maioria, desapareceram do cenário enxadrístico. A ALEX continua e continuará enquanto existirem sonhadores, excêntricos e malucos.
O que os normais diziam na época era que a ALEX duraria apenas alguns meses, se tanto, até que as pessoas debandassem para outros clubes. Que não era possível manter um clube de xadrez no subúrbio. Que o xadrez só funciona se for um departamento de um clube de “verdade”, etc, etc, etc
A nossa experiência de quando éramos um departamento de um clube de “verdade” era que não tínhamos nenhuma importância e estávamos sempre sujeitos aos humores e vontades da direção do clube. Tínhamos que nos virar por conta própria se quiséssemos material, peças, livros, relógios. Já éramos sonhadores, excêntricos e malucos mas éramos também servos. É melhor ser sonhador, excêntrico e maluco, mas livre e independente.
Enfim, a ALEX não foi criada pelo sonho de jogar xadrez, mas pelo sonho de liberdade e espero que assim continue.
Obrigado pela acolhida. Em havendo compatibilidade de horário tentarei aparecer, mas não há como prometer.
DURA LEX SED LEX, BOM XADREZ SÓ NA ALEX
Realmente, uma noite histórica! Impossível não lembrar de diversos momentos importantes ao ver por exemplo, a camiseta que o Hélio da Motta Filho está usando. No Interclubes (creio que de 1977), jogado na sede do Flamengo na Av. Rui Barbosa (onde chegou a ser anunciado um hotel do Eike Batista e agora está sendo construído um complexo de apartamentos), todos os jogadores da Alex usaram um uniforme de camiseta branca com “Alex” em laranja Foi algo inédito, e que chamou a atenção para o nosso pessoal unido em todas as classes A,B e C.
E ao final da matéria acima, clicando-se em “vejam mais fotos antigas nesse nosso link”, vemos a galeria de fotos que mostra jovens entusiastas que nem poderiam imaginar que um dia a sede poderia ser tão bem aparelhada como hoje.
Nos tempos do terraço do colégio, o telhado de amianto transformava as manhãs de domingo de sol em uma “sauna”, mas estávamos todos lá, jogando os torneios e o “Trovão”.